6 de junho de 2011

Exposição de Ronaldo Fraga

A primeira exposição que visitei em São Paulo foi Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera. Ela ainda está acontecendo, e vai até 26 de junho.
Composta por painéis, ambiências, instalações, vídeos e peças de sua coleção, a exposição relata o caminho criativo do estilista pelo Rio e seus arredores para a composição da coleção de verão 2009.  Em um dos vídeos, Ronaldo fala que a exposição é uma declaração de amor ao rio, que ele carinhosamente chama de Velho Chico. E realmente é o que se vê, uma declaração de amor beirando a idolatria, uma ode. Redes, águas engarrafadas, cores, sabores, texturas, mitos, sons. Uma viagem lúdica sobre o rio mais brasileiro dos rios.
Painel na entrada

Ronaldo retratou a vida dos ribeirinhos, as cores da natureza em volta do rio, lendas e folclore, mercados populares, a arte popular, cidades submersas, histórias de caixeiros viajantes, o dia-a-dia dos moradores da margem do rio.

O descanso na rede

A expo está divida em 13 ambientes e parece que será itinerante. Quem não viu, recomendo, está muito linda, muito lúdica, com detalhes riquíssimos. Sabe aquela coisa que Ronaldo Fraga faz muito bem, de que você olha uma peça de longe ela é bonita, aí você olha de perto e vê como foi feita e fica encantado? Pois a exposição é exatamente assim.

Peixes feitos em garrafa PET

Como por exemplo: a parede azul que simboliza o rio e o mar, quando você chega perto, percebe que é toda feita de canudinhos. Ou então o chão na frente de um dos vídeos, parece madeira, mas são grandes almofadas, e você pode sentar para assistir o vídeo em que Ronaldo viaja pelo rio a bordo do vapor Benjamim Guimarães, relatando a proposta da exposição.
As muitas garrafas expostas em um grande estante de madeira que parecem cachaças, mas na verdade são as águas do rio engarrafadas e com rótulos bem divertidos.
Amei o espaço que simboliza a fé, com crucifixos pendendo do teto, todos feitos de fuxico, que emolduram um painel ao fundo, com fotos representando a religiosidade e devoção do Santuário de Bom Jesus da Lapa.
Adorei também o ambiente com imensa lousa circular em que podíamos interagir, deixando ali, registrados em giz, nossas impressões da exposição. A criançada certamente amou!
No teto, móbiles representavam peixes e aves, ora feitos em PET, ora em tela de arame.
Achei interessante o painel Mapa, com o traçado do rio e monóculos para vermos imagens das cidades à margem do Chico. Haviam sacas de café que podíamos subir para olhar nos monóculos.
Tinham vestidos que você encostava o ouvido para escutar um poema declamado por Maria Bethânia: Águas e Mágoas do Rio São Francisco, de Drummond.  E as peças da coleção de Ronaldo, que podiam ser vistas bem de perto!

Parede de canudos
Chão de almofadas

Um convite para sentar e vislumbrar toda a exposição
O rio engarrafado


O artesanato e a fé no mesmo símbolo
A contribuição de quem passou por lá

Mapa do rio, ricamente ilustrado

Monóculo para "espiar" as margens do rio

Sabores como inspiração


O som do "Chico"


Os plissados de Ronaldo

Peixe-cabide
Traje do Caixeiro Viajante


Enfim, uma viagem pelo Rio São Francisco vista pela óptica de um criador, fascinado pela cultura brasileira, e que sabe melhor do que ninguém resgatá-la e transformá-la em arte. Sou fã de Ronaldo Fraga!


Veja todas as fotos da exposição no meu flickr.

Clique aqui para ver o site oficial da exposição.

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